NARA LEÃO

Nara Leão nasceu em Vitória, capital do Espírito Santo em 1942 e faleceu em 7 de junho de 1989. Quando tinha apenas um ano de idade, mudou-se para a Cidade do Rio de Janeiro com os pais e a irmã, a jornalista Danuza Leão. Durante a infância, Nara teve aulas de violão com Solon Ayala e Patrício Teixeira, ex-integrante do grupo "Os Oito Batutas" de Pixinguinha. Aos 14 anos, em 1956, resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, que funcionava em um quarto-e-sala na rua Sá Ferreira, em Copacabana. 
A bossa nova nasceu em 1957, quando Nara fazia reuniões no apartamento de seus pais, localizado no edifício Champ-Elysées, em frente ao posto 4 da Avenida Atlântica, em Copacabana, das quais participavam nomes que seriam consagrados no gênero, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Chico Feitosa e Ronaldo Bôscoli.

Daí em diante, Nara se reaproxima de Carlos Lyra, que rompeu a parceria musical com Bôscoli em 1960, e de ideias mais à esquerda. Inicia um namoro com o cineasta Ruy Guerra. Nessa época passa a se interessar pelo samba de morro por influência de Lyra .

No início da década de 60, no Rio de Janeiro, ganhou o epíteto de “a musa da Bossa Nova”. Sua casa se tornou uma espécie de sede do movimento. Ela própria já era, então, uma das principais cantoras no estilo.

A estreia profissional se deu quando da participação, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia Pobre Menina Rica (1963). O título de musa da Bossa Nova foi a ela creditado pelo cronista Sérgio Porto. Mas a consagração efetiva ocorre após o golpe militar de 1964, com a apresentação do espetáculo Opinião, ao lado de João do Vale e Zé Keti, um espetáculo de crítica social à dura repressão imposta pelo regime militar. Maria Bethânia, por sua vez, a substituiria no ano seguinte, pois Nara precisara se afastar por estar afônica em consequência da poeira do teatro. Nota-se que Nara Leão vai mudando suas preferências musicais ao longo dos anos 1960. De musa da Bossa Nova, passa a ser cantora de protesto e simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura da UNE.  

Sua imagem delicada, no entanto, ganharia novos e surpreendentes contornos. Artista inquieta e criativa, não se contentava com títulos e confortos estéticos. Foi cantando sambas de morro e canções engajadas que Nara ganhou maior projeção; Ao lado de Zé Kétti e João do Vale, participou do espetáculo Opinião, encenado no Rio de Janeiro, em 1964.

Em 1966 venceu o II Festival de MPB da TV Record, defendendo “A Banda” com o autor Chico Buarque. A canção estourou nacionalmente. Como Nara Leão passou a ser vista como uma intérprete de Chico, sua adesão ao Tropicalismo, em 1967, causou surpresa no meio musical. A cantora integrou o disco-manifesto do movimento, Tropicália ou Panis et Circensis, como intérprete da canção “Lindonéia”.

Após um período em Paris, participou com Chico e Maria Bethânia do filme Quando o Carnaval Chegar, de 1972, dirigido por Cacá Diegues, seu marido. O trabalho resultou ainda em um disco com a sua trilha, lançado na época pelos três cantores. No mesmo ano, ainda em Paris, Nara lançou o antológico Dez anos depois, em que fornece sua visão definitiva da Bossa Nova.

Depois, foi aos poucos diminuindo suas atividades artísticas. Em 1989, aos 47 anos, no Rio, um câncer no cérebro a vitimou. Nara faleceu em 7 de junho do mesmo ano.


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